Saturday, December 23, 2006

quem não tem cão escreve com gato. ou vice-versa. eu, escrevo com os dois o que sem dúvidas é bom pra cachorro


Eles não são fáceis de entender quanto os cães, é verdade. Mas quem aprende a conviver com esses adoráveis felinos tem companhia para a vida inteira.

Como de costume quando escrevo em casa, não estou sozinha encarando a tela branca do Word. Cuca, minha quase siamesa, já se aboletou em meu colo; Chicó, um preguiçoso amarelo tigrado, tira sua soneca exatamente sobre minhas anotações. Somos família há quatro anos, desde que, depois de decidir incluir gatos em minha vida, fui procurá-los numa feira de adoção. Ninguém mais me faria tanta companhia assim, horas a fio, na mais doce serenidade, tecla após tecla. Sim, escrever com um gato do lado é tudo de bom: bate um branco, você faz um afago; vem uma idéia, comemora-se em conjunto; ele se esfrega em sua perna, você dá graças por alguém lhe brindar com uma desculpa para parar um pouco. 

Não é à toa que, mundo afora, já se tornou clássica a associação dos bichanos com escritores, artistas e intelectuais. O físico inglês Isaac Newton, por exemplo, curtia tanto seu gato, que atribui-se a ele a invenção da “cat-flap” (aquela portinhola bastante comum nos Estados Unidos e na Europa) para que o animal pudesse entrar e sair do quarto escuro, onde realizava seus experimentos, sem incomodá-lo. O escritor norteamericano Edgar Allan Poe escreveu seu famoso conto “O Gato Preto” inspirado em Catarina, sua felina de estimação, que ajudou a aquecer na cama os pés de sua esposa, enquanto esta morria de tuberculose durante um rigoroso inverno. Nem mesmo o sagrado profeta do Islã, Maomé, escapou do encanto: diz a lenda que, certa vez, quando foi chamado com urgência no exato momento em que seu gato dormia em seus braços, o autor do Alcorão teria sacado a espada e recortado a área do manto onde estava o animal – para não perturbar seu sono.

Por aqui, a coleção de fãs também vai longe. A escritora Lygia Fagundes Telles, os poetas Carlos Drummond de Andrade e Ferreira Gullar, o pintor Aldemir Martins, a psiquiatra Nise da Silveira (e vamos parando a lista por falta de espaço…), todos eles não só conviveram com pelo menos um, como dedicaram considerável parte de seu talento e obra para homenagear seus gatos. “É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge portátil à disposição de quem o saiba perceber”, escreveu em sua ode “Simplesmente Gatos” o jornalista e cronista Artur da Távola.

Saber perceber: está aí a chave para desfrutar do melhor do espírito felino e talvez também a origem de muito do preconceito que ronda os bichanos. “Gatos não são tão óbvios”, diz a psicóloga e veterinária Hannelore Fuchs, uma das principais especialistas em comportamento animal do país. “A linguagem não-verbal dele é totalmente diferente da do cão, com o qual a espécie humana está habituada a conviver há muito mais tempo”, explica. Gatos se expressam como... gatos, ora. Quem espera rabinho abanando, lambidas festivas, obediência e truques de adestramento certamente achará o gato a própria versão em carne e pêlos do chuchu. Por outro lado, aprenda o que significa o ronronar, aquela vibração que mais parece um chiado de motor, para cair de amores da próxima vez que um bichano reagir com esse som a um carinho seu: é o sinal máximo de contentamento do gato, prova de que ele está relaxado e se sentindo no céu com sua companhia.

Vontade própria
Ah, mas o gato nem sempre vem quando você chama. E também pode lhe dar uma arranhada se não estiver muito a fim de chamego. Verdade, verdade. Mas veja só: você se levantaria feliz de uma soneca deliciosa se o motivo não fosse lá muito bom? Já não teve vontade de mandar às favas alguém que não soube a hora de parar com uma determinada brincadeira? Então, por que exigir tamanha submissão de um bicho de estimação? Conviver com um gato exige, antes de mais nada, respeito aos limites e à individualidade, o que é um aprendizado valioso especialmente no mundo dos humanos. “Para amar os gatos, você precisa ser livre”, escreveu Nise da Silveira, a primeira psiquiatra no Brasil a apostar que a interação com um animal poderia fazer maravilhas por doentes mentais. “É muito difícil não só ser independente, como lidar com uma criatura independente”, dizia ela.

Gatos são independentes, mas também amam. Esse é um lado do seu comportamento que está sendo cada vez mais vivenciado pelo homem. Graças ao estilo de vida moderno. O número de gatos domésticos não só aumentou nos últimos anos (no Brasil agora são 13 milhões, um aumento de 20%, contra 28,8 milhões de cães, segundo os fabricantes de ração), como o tipo de interação com eles mudou. “Hoje, com casas e famílias menores, há muito mais intimidade entre o gato e seu dono, o que estimula mais laços de amizade”, diz Hannelore. Ao contrário do que diz o senso comum, gatos não “são da casa”. “Se houver uma relação de afeto entre vocês, ele pode até ficar estressado com uma mudança de endereço, porque tem medo do novo – e quem não tem? –, mas dificilmente vai tentar fugir”, diz.

De todos os tipos
A fantástica capacidade de adaptação da espécie, aliás, é outro dos motivos que vêm fazendo sua popularidade crescer. Gatos amam viver pelos telhados, mas também se dão bem com o confi namento em pequenos apartamentos; incorporaram o conforto da vida doméstica e o convívio com o homem, mas mantêm como poucos seu lado selvagem. São tão complexos que nem mesmo grandes especialistas como o veterinário suíço-americano Denis Turner, uma das maiores autoridades no assunto, se atrevem a descrever o que seria um comportamento padrão do gato. “Cada gato tem uma personalidade distinta”, diz Turner em seu livro The Domestic Cat – The Biology of its Behaviour (“O gato doméstico – a biologia de seu comportamento”, sem edição brasilera). “O gato doméstico é um tema ideal de estudos sobre individualidade e personalidade”, afirma. Quem tem mais de um em casa dificilmente discorda dessa afi rmação. Tomemos como exemplo minha dupla aqui de co-autores. Chicó é gato malandro e curioso, que sabe o que é errado mas nem por isso deixa de experimentar. Adora ficar entocado em bolsas e caixas e caça besouros com precisão. Já a Cuca é uma lady reencarnada em gata: manhosa, carinhosa e obcecada por esvaziar gavetas e brincar com fi os e cordões. Adoro observá-los e, pelo jeito com que me olham fundo nos olhos, tenho certeza de que conhecem minha alma mais do que eu. Se bobear, qualquer dia desses, ainda escrevem sua própria versão deste texto, que poderia se chamar “O barato do homem”, e muito bem começar assim: “Como de costume, não estamos sozinhos encarando a tela do Word: Aline, nossa prestativa e carinhosa humana, já se aboletou em frente ao teclado…”

Aula de gatês
MIADO: Ele não é só um simples “miau”. Pode ser feito como um murmúrio, com a boca fechada, com a boca semi-aberta, ser curto, longo ou parecer mesmo um grito e significar idéias tão diferentes quanto “Olá”, “Quero algo” ou “Deixa, vai…”. Se você começar a observar as variações de miados que seu gato emite ao longo do dia, logo, logo perceberá que os sons são levemente diferentes de acordo com a situação.
RABO: É um dos melhores termômetros de seus sentimentos e intenções. Quanto mais alto e reto, melhor o humor. Rabo abaixado entre as pernas é sinal de medo, movimentos leves podem indicar curiosidade e excitação, movimentos sinuosos demonstram impaciência e golpes vigorosos avisam que o melhor é deixar o gato em paz – especialmente se vierem acompanhados de um miado agudo.
ORELHAS: Orelhas em pé são sinal de que está tudo bem. Já orelhas achatadas e para trás podem indicar tanto medo quanto um ataque iminente.
BARRIGA: Gato jogado no chão, de barriga para cima, é convite certo para um carinho. Não resista.
RONRONAR: Sinal de contentamento, relaxamento e amizade.
ROÇAR: É um gesto de carinho, mas também a forma que o gato tem de dizer que algo é seu: seja a casa, seja o sofá ou até mesmo sua perna. Quando ele se esfrega em algo, suas glândulas imprimem ali seu cheiro, que serve de aviso para possíveis gatos invasores.
Para saber mais
Livros:
Gatos, a Emoção de Lidar, Nise da Silveira, Leo Christiano
The Domestic Cat, Dennis C. Turner, Cambridge
Por que os Gatos São Assim?, Karen Anderson, Publifolha
Gato, Manual do Proprietário, Sam Stall e David Brunner, Gente

(o barato do gato, de aline angeli, para a revista vida simples)

Sunday, November 26, 2006

da série soltando os cachorros no meu quintal: vacinando-me contra o que não vacina


tenho quinze cachorros. antes que pense que um sou um louco não vacinado, digo-lhes que a eles vacino religiosamente.
procuro dar-lhes o melhor que posso, dentro daquilo que o dinheiro pode conseguir para protegê-los de virus, bactérias, e tranmissões de outras hediondices, até humanas, que o amor não afasta. e assim sendo, procuro, das melhores, as vacinas.

dizem os profissionais, do atendimento médico-veterinário, e das vendas, que as vacinas que realmente vacinam são as importadas. argumento das nacionais, e escuto o abanar de cabeças condenatório. imunes a qualquer argumento de que as mesmas vacinam alguma coisa e não sei se faro canino já impregnado, algo olha este aí armado em amante dos cães e querendo dar-lhes uma vacina que não imuniza nem o bolso, já que em alguns pontos de venda, saem por 3.75 reais, enquanto noutros, pela minha cara, ou seria pelo meu rabo? saltam para o patamar dos 10 reais, quando não a baba dos 14 reais. antes que você coloque o rabo entre as pernas se eu falar-lhe do preço das importadas, algumas chegam a 40 ou mais, faça as contas multiplicando nacionalmente por 15.

sei que muitos irão falar: quem manda disperdiçar dinheiro com esta vira-latada toda? tanta gente passando fome e o sujeitinho ai fazendo contas a prestação de 15 vezes não sei das quantas, mais do que suficiente para a compra de cestas básicas, estas piores, porque dois critérios de preços entre o nacional péssimo e o nacional menos pior, para bocas também não vacinadas contra a demagogia que serve algo pior que ração da pior qualidade para cães. e olhe que é servido por aqueles que se dizem amantes dos homens, quer dizer dos pobres. pobres deles, pobres dos cães.

e assim, ponho-me a pensar: que será dos cachorros alfinetados a torto e a direito nestas campanhas de vacinação, cujas vacinas, sabe-se lá em que condição de armazenamento, digamos, nacionais? se as tais nacionais, dizem os vendedores e veterinários, nacionais, se bem que na categora até encontremos alguns importados, dizem que não server?

servirão eles? e servirá, para os cães, e neste caso nós, um governo de um país que através de suas entidades de controle epidêmico, ditas de higiene ambiental, de saúde animal, permitem, estimulam, se não uma coisa outra? — ou a verdade de que não servem ou a mentira comercial pensada para estimular a diferenciação que justifique o preço animal de algo que está ligado intrinsecamente ao nosso bem estar e a saúde da população?

estou disposto a pagar bem mais do que quarenta reais por uma vacina que nos imunize contra este tipo de autoridade infectada. o problema é que tem de ser uma vacina nacional. e nacional, dizem, vocês já sabem, não presta.

neste caso, ainda é melhor a doença, do que a solução importada, acredito, a espera de que se desenvolva tenazmente algum tipo de auto-imunização a esta pandemia.

meus cachorros, porém, tem muitas dúvidas de que isso aconteça alguma vez. eles já foram vacinados por ambas e continuam em estado de risco.

quanto a mim, pensando bem, posso dizer o mesmo.

(foto do chokito, cão a espera de adoção, extraida do site viralatasnit.multiply.com que recolhe cães na cidade de niterói e cidades próximas no rio de janeiro rio de janeiro.

Wednesday, October 25, 2006

Tuesday, September 26, 2006

nunca fui bom pra cachorro em aritmética





a solidão de um cão sem dono nos dá uma produnfa dó. mas como será a do gato? multiplicada por suas sete vidas?

Saturday, September 16, 2006

Sunday, August 27, 2006

gata em telhado de zinco quente as vezes sim as vezes não bom pra cachorro

listras laranjas* e brancas. olhos azuis de céu de criança. sabe-se lá como chegou a telhado. teria nascido alí, a gata-mãe não soube me dizer. acordei sobressaltado com os miadinhos. lá se foram as telhas da casa de cachorro que nunca cumpriu esta função, a não ser por breves instantes guardar o tsu(tsunami) que como o próprio nome já diz derruba tudo que vê pela frente com a força inocentemente perigosa da primeira idade.

ainda não tem nome. cresce nas telhas infinitamente mais rápida do que o musgo que lhe faz companhia. e como todos nós corre o risco de cair, ainda não tem tentação mas telhado abaixo. de um lado, espera-a, se salvar-se dos grampos de ferro, chão de cimento e mina, uma boxer branca, que a olha como espetinho. em nossa casa, tsu e água, uma dobermann quanticamente imensa, que a estropiarão antes de tocar ao chão.

foi isso que me fez subir. retirei a gata e a mãe, que sempre arisca, nunca me deixou tocá-la, salvo no dia do parto, em que massageei sua barriga. sumiu e apareceu de barriga murcha. onde os filhotes? não deu para descobrir. descobria uma agora.

trouxe-a para dentro de casa em uma caixa de transporte. peralta, a (única) gata da casa, em meio a quinze cães(tsu, águia, moki, pequetita, mini, elétrica, fracote, bolota, mexicana, dayse, ganido, sauna, branca, folks e oncinha) disparou sua crise de ciúmes como um bote mortal.

foi uma tarde inteira e começo de noite até meia-noite, cuidando dos ciúmes de uma e das necessidades de outra. sem solução. teria que soltá-la e a filhota. onde, pergunta e solução sempre difíceis. sabia onde havia nascido a mãe. eu a alimentava desde pequenina. mas lá os humores se transformaram. de casa de anciã bondosa, agora necessariamente acompanhada de empregadas que enxotam todos os gatos com ameaças públicas de " vou dar um fim neles ", agora não mais terreno de proteção.

zanzei meia rua inteira. deixei-á lá mesmo assim. a filhota saiu para a rua. a mãe tentou carregá-la, como fazem os gatos com seus filhotes, carregando-a pelo pescoço, mas parecia não conseguir, aquela bolinha que mais parece novelo de lã, mas pesa , e tigre pequeno, forço, quando desperta e cabaleante descobre a vida que não sabe se será gozada por quanto tempo.

a meia-noite de sábado a rua está movimentada, até racha tem. não vai ter muita chance, penso. e retiro-a da rua. e volto a zanzar, até que a trago de volta, seguida pela mãe que agora sabe tem um aliado. passo mais meia hora sem saber o que fazer. a mãe afasta-se por uns instantes e entra na terceira casa a frente, onde residem uma husky e uma dobermann com cara de poucos amigos. passdo algum tempo a gata mãe ressurge no meu telhado. entendo, meio incrédulo, que aquele é o caminho para chegar ao meu telhado. sigo com a filhota até o meio do caminho e a solto no chão. a mãe, tenta várias vezes sucumbindo ao peso do filhote até que, mais decida, agarra-a com determinação que eu não tive diante da situação e entra casa da dobermann e husky adentro, no momento que de lá saeem broken, seu gato-irmão, que tem tal nome dado por mim por conta do rabo quebrado,e batmanzinho, outro irmão, que seguiu vida a fora, sumindo da área, sem nenhum robin, motivado pelo susto-quase-morte que águia lhe deu lá no jardim quando só não o mastigou por obediência ao grito da minha mulher.

volto para casa, confesso, decepcionado. mal chego, escuto miados no telhado. lá estão a gata-mãe e a filhota. compreendo que lá e o seu lugar. compreensão mais fortemente confirmada, quando vejo que ela na manhã seguinte a retira de dentro do estuque, apesar das dificuldades, onde a abriga a noite da friagem ou chuva e de onde a retira quando o dia amanhece, imagino por conta do calor e das necessidades da filhota levar sol.

hoje a filhota passou o dia no telhado entre sono profundo e os cuidados da mãe que de vez em quando ausenta-se para cuidar de outras necessidades.

por enquanto filhota, apesar dos olhos abertos, mal anda. mas vai crescer, e como em todo crescimento implica enfrentamento de perigos e dificuldades, quanto mais forte, mais se aventurará para as bordas do telhado, valorizando ou desperdiçando sua vida ao tempo que atemorizando a minha.

mas não há outro caminho, ensina-me mãe e filha, já que não tenho como abrigá-la dentro de casa tento me justificar, já que isso significaria a morte em vida para a peralta, além dos sobressaltos constantes com parte dos cachorros que não aceita gatos de jeito-maneira.

gata e filhota ensinam-me que não está na minha mão as suas vidas, se a elas não me dedico por inteiro a construir-lhes outro pouso que não este telhado.

neste e em muitos outros casos,o acaso e a necessidade comandam a vida e a morte, fenômeno que alguns preferem chamar de deus. sobreviverá, cairá, de que lado? quem saberá?

fato é, que o homem, se não convence como filho de deus, tampouco jamais poderia sê-lo, por melhor que seja sua boa vontade. além disso, como ser um deus que da mesma maneira transforma telhas em abrigo e em trampolim para a morte? desdigo dos altos e baixos daquilo que seriam minhas ripas de pensamento que tentam construir o telhado sempre gotejado pela impossibilidade de alcançar a perfeição e a salvação dos animais que me são tão caros.

* foto meramente sugestiva.

Monday, August 07, 2006

bom pra cachorro e seus assistentes à escrita

não escrevo os meus blogs sozinho. madrugada a dentro, peralta, a gata, enrosca-se no i-book em poses de pin-up, enquanto pequetita, a cadela, enrosca-se nos meus pés seguindo meus passos mesmo quando não ando. não opinam, não resmungam, não bajulam. mas que ajudam, ajudam. como faço disto um atividade séria, não permito a entrada dos outros animais à redação. muito embora vontade e jeito não lhes falte. se os deixasse entrar, isso aqui viraria jornal do brasil.

se resistirmos até baía formosa, seremos menos ou mais do que hoje? que somos quinze, e que já fomos mais ou menos, isso sem contar os gatos e cães da rua?
mais de cinquenta haviam na casa do sol, da hilda hilst, a razão, penso, não era espaço. era a qualidade da sua escrita acasalada a da sua loucura, luzidia e fundamentalmente lúcida de dar dó.

penso então, que sou um privilegiado. número proporcionalmente gigante de cachorros e leitores diante da minha escassa serventia e do meu não-talento pra lá de arranhado.
mas que rabos abano e outros tiro da cadeira, pra além do meu, posso dizer que sim. afinal, este é um columblog de tiros e quedas.

depois saio à rua desejando ser o vampiro de curitiba, sedento de sangue sim, mas totalmente avesso às pessoas de vida sem necessidade.
mas por enquanto, apenas passeador de cachorros e palavras. em blogs também habitados por pulgas e carrapatos.

Thursday, July 20, 2006

quase naif enquanto é bom pra cachorro

pululante como uma bolinha de pano. uma coisinha puxada por correntinha. vindos da praia. sal na testa do moleque e sede na boca do totó. bi-color,ainda não mais de 45 dias de vida e já no asfalto quente, linguinha de fora. esforçando-se por seguir seu dono. passando da conta da equidistancia entre passadas de um e patadas de outro. alegria de amizade assim, fiel de tão bela, cuja inocencia é exalada pelos tenros odores de cachorrinho novo, se quedará murcha pelo crescimento dos dois.
do cãozinho, o retrato da vida com sua pelagem preto no branco, que em breve ficará turva. pois a criança, sendo homem, depois de a tudo o sujeitar, o sujará de tudo e de todo.
(originalmente publicado no misterwalk.blogspot.com)

Sunday, July 16, 2006

felicidade contábil registra o lucro de ser bom pra cachorro

vira latas o filme, tiago ferigoli
nunca estive tão feliz como agora, em que aparentemente nada dá certo.
devo isso as cachorradas que a vida fez para comigo. catorze para ser mais exato, neste momento. mas tudo indica que a cachorrada vai aumentar.

Saturday, April 08, 2006

meia mordida do bom pra cachorro







somente para os cães eu dou a outra face.

zezinho: um "manezinho" bom pra cachorro

"você é responsavel por tudo aquilo que cativa".

a citação nos fazia rir debochadamente. tempos da ditadura, tempos das misses, que indefectivelmente citavam le petit prince(oui, muitas delas em francês), do antoine de saint-exupery, como seu livro de cabeceira.

não sei quantas delas ou quantos de nós realmente leu o livro. brasil é assim. é o país onde se gosta ou não se gosta de um livro, de um fime, de uma peça, sem o ler, ver ou assistir. mas o fato, impensável, é que, imagine, se alguns de nós, tipos engages, ia lá ler um livro meloso daqueles ? livro de miss? alguns, até durões, talvez, mas no disfarçe.

não sei quem, presenteou-me com um exemplar do pequeno príncipe, anos 60, acho, num formato simpático de caderneta de endereços, capa dura, e umas ilustrações do principezinho louro, que de vez em quando punham-me a matutar, principalmente aquelas, dele sobre planetas, em sua solidão. tempos mais tarde, adquiri num sebo uma edição em francês, sem a graça desta, mas ainda imbuído de um ligeiro deboche.

zezinho, mas é como se fosse manezinho, manezinho é quem nasce na ilha de florianópolis, não sei se você sabe? é o nome que dei a um bichano que apareceu cá por estes dias. pra não parecer provocação aos manés - aqui também mané tem a conotação de otário, trouxa, comumente definido como bocó - uma forma carinhosa presente na ambiguidade dos diminutivos. zezinho é um quase gato de rua, que após uma briga ou uma investida sexual que durou toda a noite, devidamente acompanhada da algazarra que só os felinos sabem fazer, quedou-se ante a porta na manhã seguinte, coro estropiado e uma coriza crônica.

não seria eu que, estando de passagem, ainda mais na casa dos outros, não me conhecesse neste tópico - sempre digo para mim mesmo que não vou mais apanhar animais de rua, e já tenho 14 cachorros, uma gata, e quase meia a dúzia mais, já que os alimento diariamente. quer dizer, agora minha mulher o faz, enquanto estou ausente, com se não bastasse um histórico de ter muitos mais animais - que o alimentaria de esperanças. mas os donos da casa, muito embora não o quisessem, de certa forma o fizeram. comidinha aqui, água ali, zezinho foi tomando conta.

tomando conta fiquei eu. um mucolin pediátrico para os brônquios e seus mucos, um antibiótico que se faz necessário porque a coriza anda renitente, uma pacote de whyskas que confirmou que sim, ele já teve casa, e já comeu ração, tamanha excitação só de ver a embalagem.

zezinho foi conquistando espaço na casa e já na minha vida, sendo a sua maior conquista a permissão, que não foi logicamente dada por mim, de subir e refestelar-se no sofá. não fosse o clima, já teria lhe dado um banho, o que não o impede de roçar-me a barba - finalmente alguém que gostou da minha barba - o que descobri após um cochilo no tal sofá, devidamente acompanhado por zezinho que deitado sobre o meu peito, ninou-me com seu ronronado para depois acordar-me aos quase beijos. e assim, firmou-se um ritual, que já completa mais de uma semana.

mas toda história tem um fim. e o fim para o zezinho, será ficar sem mim. e sem a casa, já que os donos também vão partir para outra e mesmo sendo mais ampla não contemplam a possibilidade de vê-la com mais um morador. nestes dias de procura e espera, zezinho tem me acompanhado, contrariando a falsa noção de que os gatos são " interesseiros" e que só nos procuram na hora da alimentação. zezinho é um cão de guarda fiel. interessa-lhe estar junto e vejo nos seus olhos que nada mais espera do que a companhia do que sabe ele faz-lhe bem. e nos fazemos bem um para o outro como só nossos olhos e nosso peito sabe avaliar.

a não mais de uma semana de partir, hesito agora em deixar-lhe subir o peito e aproveitar este convívio o mais que possa. ao tempo que fico entre as duas crueldades; decepar agora a nossa relação, antecipando-lhe, e a mim, o vazio, pra lá de existencial, que sabe-se lá como será preenchido ou envolver-me o mais profundamente nestes "últimos dias de pompéia " , talvez como se fossemos thelma e louise até o buraco final ?

ontem estive numa livraria e não achei o antoine. e lembrei-me do meu sorriso debochado a desdenhar de mim próprio.

sendo uma história de aviador, eu não consigo, mesmo no fundo sabendo que posso, terminá-la achando um lugar para zezinho no meu avião. o que me recorda das muitas vezes em que intrigado já vi gatos olhando para o céu a procura do ronco daqueles pássaros que tenho dúvidas se não sabem eles levam gentes sem nada na mão.

Friday, March 31, 2006

não troque seu cachorro por uma criança pobre. a troca é outra. e é bom pra cachorro

tá certo que num mundo onde os humanos são abatidos e torturados a torto e a direito, bater-se pelos direitos dos animais soa, para alguns, falta de humanidade. 

o grande equívoco do " troque seu cachorro por uma criança pobre " não pode continuar acontecendo. crianças e cachorros, gatos, jegues, enfim, animais, tem muito mais em comum do que pensam aqueles que se ofendem por analogias. ambos, quando ultrajados, não sabem, nem tem condições de defender-se por sí só, diante de tamanho recrudescimento e "desenvolvimento" da violência que elabora-se em requintes sem limites, a começar dos testes de laboratórios. 

cabe a nós, independentemente do que é, não omitir-se diante de qualquer espécie de violência. contra animais ou humanos. omitir-se, é compactuar. o que é uma covardia ainda maior. seja um humano minimamente decente, antes que você se torne um verdadeiro animal coisa que só os maus humanos conseguem ser em tamanha plenitude que nós preferimos chamar de humanos aos animais que nos dão lições diárias de imensa sabedoria, até mesmo em sua crueldade que não costuma ser gratuita.

Thursday, March 23, 2006

e quem nos adotará ? isso seria bom pra cachorro e não só



num instante a árvore. noutro, ela, ao sopé. sorrimos e ela escafedeu-se para debaixo dos carros e colou-se a terra como piche na lataria. dali ninguém tirava. e olhe que eu não sou de desistir fácil. insisti, mudei de lado, postei-me à frente, a marcha-fé e nada, no máximo movia-se debaixo de um carro para outro. minha diretora de arte resolveu tentar apesar da mini-saia que a expunha. não por isso ou por causa disso, nunca se sabe, finalmente, a cadela saiu de lá. levamos para dentro da agência.

bolachinha,água,carinho, dúvidas, nome: apple(publicitário não tem jeito mesmo). tão bem tratada não poderia ser de longe. bairro residencial, fugiu, assustou-se, nenhuma explicação. soltamos e ele voltou. na terceira vez desistimos e improvisamos para ela uma residência lá atrás da agência, deixando-lhe como "varanda" a passagem lateral.

a princípio arredia. carinhosa mas arredia, quando não fechando as mandibulas sobre nossas mãos, com maior ou menor força a depender da nossa intensidade. um pedido, uma grita. tinhamos que ir embora. como passará a noite ?

pela manhã, mais cedo do que de costume. lá estava ela, sorridente e já agora solta no jardim(improvisamos um portão na lateral) dando seu pulos e piques que se tornariam característica, adoçada, para ela, pela perseguição implacável as lagartixas, as quais alcançava até no topo do muro que superava muito jogador de basquete. arrancava das paredes ainda vivas, e brincava com elas torturosamente, apesar das nossas inúmeras tentativas frustadas de salvar a vida dos seus briquedos.

apple, deu vida a nossa convivência. a agência que era uma cachorrada só passou a fazer sentido. e tudo graças a uma cadela. agora sim, batíamos vontade de vir para agência e custávamos a sair, muito embora sempre fizessemos isso graças a intermináveis briefings de última hora. mas agora o fazíamos com prazer. e com prazer também montamos a escala de alimentação e passeio do fim de semana. passeio sim, que dávamos todos os dias, mas cuidada ela neste quesito, pela diretora de arte.

mais de uma semana. sabíamos que não podia durar para sempre. eu com meus já quinze cachorros. ela com dois, já sendo quase expulsa do seu apartamento. e apple a nos conquistar impiedosamente, dia a após dia, a ponto de já não irmos mais almoçar para ficar com ela, que agora sim, entrava na hora do almoço e no fim do expediente, para fazer " artes" conosco em plena sala de criação.

já estava conosco há quase três semanas e num passeio a diretora de arte me chega aos prantos. havia achado a casa da apple e o seu antigo dono(nós agora éramos os donos) que simplesmente enxotou-na para a rua sob a alegação de que apple era violenta e endemoniada(sic)e que não a queria mais nem leiautada com outra cor. triste fim de tarde aquele, após um lampejo de alegria, ainda que levemente triste, no caso de ela ser aceita.

não tinha jeito. a agência estava para fechar e tínhamos de dar uma solução. fizemos este cartaz( o melhor trabalho que fizemos na agência, vá lá que seja, o feito com mais ardor) e o circulamos num mail entre conhecidos.

telefonemas sim. e nada de alguëm vir vê-la. é mansa, é bonita, tem carrapato? apple já era um carrapato nas nossas vidas. as vezes chegava a esquecer-me que tinha 15 cachorros de tanto pensar e conviver(ela estava na agência) com a apple.

um dia, um velho conhecido da agência veio fazer um reparo na agência e deu de cara com ela no portão. e mais adiante com o cartaz, que também colamos a entrada. amor a primeira vista? não sei. não dava para entender muito. o senhor que queria levá-la era algo fanho. e não entendemos patavina. mas ele tinha um sorriso largo e seu carinho em apple era convicente, ainda mais que ela o aceitou bem.

em menos de meia hora apple partia em um fusca abarrotado de tralhas, daquele com bagageiro em cima, mas que nunca cabe tudo que leva, apesar de parecer levar o mundo. prometemos que íriamos visitá-la(e fomos) que olharíamos pelas vacinas(não olhamos) e ela se foi.

dias seguintes um vazio tão grande como uma tela de computador sem texto ou leaiute. já fazia mais de uma semana e nenhuma notícia. não fomos ver. não ligamos. ficamos só a sofrer. liga-se, ninguém responde. uma vez, duas vezes, é muita aflição. um telefonema para saber dela e uma resposta finalmente de que ela não estava mais com quem a levou. o homem era meio fanho, santo deus, o que afinal teria acontecido ? e lá fomos nós para bomba do hemetério. periferia do recife, com mais vontade de achar do que conhecimento do caminho. depois de quase hora de sobe e desce morro. dá-mos de cara com ele. tudo bem. apple não se deu com sua mais que pequena pinscher. e ele a entregara para a cunhada. alí mesmo, do outro lado da rua, quase em frente.

casa modesta, terraço-garagem fechado, e um carro precioso para apple se enfiar por baixo. uma leve desconfiança de ambos os lados( a nova dona, talvez por achar que queríamos levá-la - nós só queríamos bem e portanto saber se ela estava bem) e nós se ela estava bem cuidada. nem bem começaram as explicações na base da minha menina é louca por ela, meu marido ainda mais, todo dia passeia com ela, todo orgulhoso, já nem quer saber mais de mim, e apple surge a nossa frente. nos reconhece e fica alegre, mas já não tanto, sinal de que já tinha encontrado sua nova casa.

nunca mais ví a apple. e tenho uma vontade enorme de saber se ela ainda está bem, isto mesmo após quase um ano sem vê-la. mas tinha uma espécie de vergonha de ir lá, mesmo que fosse pra vê-la só de longe. e sinto tanta vergonha por isso, até hoje que estou a milhares de quilômetros dali.

fiquei devendo a apple a última dentada.

Sunday, March 05, 2006

adote que é bom pra cachorro



                             adote. você vai se emocionar para sempre

diógenes é bom pra cachorro


sou chamado de cão porque faço festas para quem me dá coisas, lato para quem me recusa e rosno para quem não presta - em cãezinhos, do multon getty, da sextante. um dos poucos livros de foto-legenda de cães que não é totalmente picaretagem. mas o melhor ainda é cão zen.

tristezas de um homem feliz ou vice-versa de ser bom pra cachorro

como se fosse princesinha



morador da metrópole acordo as quatro e meia. não tenho radinho de pilha nem galo no quintal. de vez em quando, um bem-te-vi me pilha no sono o sonho de outros quintais.


infalivelmente, no entanto, princesinha, gata de rua, que já pensei chamar de penélope, tamanho dengo e charme que traz no rabo flocado e no movimento de cabeça agradecido ao encaixe dos meus dedos sobre sua cabeça, e de quem cuidei invariavelmente por meses à fio, desde os primeiros da sua curta vida, acorda-me com modulações raras de ser ver em felinos, fantasio, tornando-se o meu galo de estimação que irrompe as madrugadas

insistentemente, mas nunca a ponto de me chatear, faz-me sentir importante nestes dias em que viver não o tem sido, resmungo, intolerante que ando com humanos cada vez mais.

vocalise nata, princesinha guarda sempre uma modulação a mais. lembra quase um "thank you em caixa leslie”, quando coloco sua ração por baixo do portão que ela ávida pateia por entre a quase fímbria de espaço antes do crocs e creques ávidos da minha presença. no quase minuto que ouço seus miados a romper em suíte os ligamentos do meu sono, por vezes titubeei entre dormir mais um pouco e atender seu pedido que traduz, mais do que comida, o quase abre-te sésamo do portão para os primeiros afagos do dia, a despeito de águia, a dobermann, cujo focinho tem quase o tamanho da gata e que tudo acompanha com o interesse da tenra idade dos cachorros grandes no tamanho mais ainda pequenos de verdade.

mais do que rotina, ser acordado por princesinha, me era tão importante quanto fazer um grande anúncio.

amanhã, ainda que o sol irrompa, o bem-te-vi cante, e a troupe que inclui margarida a mãe, saci e batmanzinho, irmãos e demais sobrinhos de princesinha, átomo e neôa, cumpram o ritual do nosso encontro diário, repleto de cambalhotas, lambidas e orelhas em riste aos ronronados, meu dia será triste. tal como um roteiro que tinha tudo para dar uma boa campanha e foi estragado por intromissões alheias à sua realização. pois encontrei hoje princesinha morta. não mais que quinze minutos após a ter alimentado a tarde, hora de calor que antecipava a chuva em lágrima do mais tarde.

junto a quina do meio-fio. duas casas após. o meu galo de todas as manhãs tinha os olhos semi-cerrados e o ventre empapaçado. provavelmente resultante do petardo de algum automóvel contra seu corpo quase pena e lépido, que se movia com a alegria de quem quase cantava por me saber vindo já há mais de vinte metros de distância quando a rua dobrava.

madrugadas posteriores serão mais vazias do que as manhãs de quem não tem galos para acordar. ainda mais porque hoje eu não abri o portão para princesinha.

(originalmente publicado no cemgrauscelsius.blogspot.com)

não cachorros na aparência mas bom pra cachorro e muita essência deles, e vice-versa

em perigo de extinção, os burros de miranda, portugal, passam a sobreviver agora, ainda mais perigosamente por conta da perda de verbas que sustentavam o projeto de sua recuperação. tudo em razão de novas diretrizes da comunidade européia que fecham os cofres, para uns e esbornam para outros, o que atinge o projeto em portugal como um coice.

por aqui, nossos jegues, jericos, burrinhos, asnos, não os que comandam o país, porque isto é ofensa para os animais, são retalhados a um real, e expulsos de muitos municípios, principalmente no rio grande do norte, pois tornaram-se obsoletos, dizem, com a chegada também das motos.

animais que desde as bandeiras são responsáveis diretos pela expansão e manutenção de nossas fronteiras, da nossa identidade nacional, ainda mais diretamente pelo sustento e sobrevivência de toda a nação nordestina, recebem assim a sua paga, como se não bastasse toda sorte de maus tratos, torturas e barbaridades, estas em que se fartam até hoje toda sorte de gente.

depois, dizem, os animais não somos nós, o que também não deixa de ser mais uma ofensa aos próprios.


Sunday, February 26, 2006

latir não é fácil mas é bom pra cachorro

todo mundo acha que escrever sobre cães e gatos(animais)é fácil. principalmente quem tem um ou gosta deles. mas não é.
é preciso ser um exímio escritor pra não cair nas armadilhas. que vão, desde o antropocentrismo intelectualizado, à pieguice melequenta. diários também costumam fornecer mais um retrato das vaidades e defeitos do dono, de pouca utilidade até para ele mesmo, do que do ser animal que ao interagir com humanos tendem a enriquecer a sua vida para muito além da imaginação. sempre que possível vamos reproduzir algumas histórias de autores consagrados - ou não - para além da indicação de alguns títulos, filmes, músicas, etc. digamos que é uma maneira de abanar o rabo, o que também, não é fácil. se você quiser contribuir, dividimos o ofício, até mesmo para derrubar aquela máxima de que cachorro não divide osso.

bom pra cachorro da primeira a última página

para salman rushdie, timbuktu, de paul auster, é um livro extraordinário.


timbuktu é a história de mr.bones, uma vira-latas, a mais nobre das raças(con el puro no hay futuro, vide jarabe de palo)que acompanha um vagabundo por uma vida inteira e que agora está prestes a perder o amigo wilian que, pressentindo a chegada da morte, tem como única preocupação deixar mr.bones em segurança. a partir daí é literatura para roer até os ossos.

Monday, February 20, 2006

pensamento animalesco bom pra cachorro

o problema do humanos é que se lhe damos boas vindas eles logo querem nos fazer de capacho.

Sunday, February 19, 2006

quase renato russo é bom pra cachorro

gosto de cachorros e de gatas.

(originalmente publicado no misterwalk.blogspot.com)

alimentação integral é bom pra cachorro

dia e noite. 4 punhados de mão cheia. 5 filhotes e gata mãe que moram, mas não comem, mais 3 casas à frente. já me conhecem e sabem-me bicho solidário. humanos que observam-me perguntam-me de olhos: porquê alimentar bichos que não são meus? não bastassem 15 cães e a minha própria gata ? ora, mas quem foi que disse que os alimento ? eu é que estou me alimentando. 4 punhados de mão cheia. dia e noite.

(originalmente no cemgrauscelsius.blogspot.com)

quase presença de espírito do bom pra cachorro

manhã quase perfeita. quarto semi-insône. chuva discreta. sobrando tempo, hoje camarada. do lado direi peralta, a gata. do lado esquerdo, pequetita, a cadela. a frente uma porção de idéias desarrumadas sobre a mesa a perguntar-me qual é ? pena que eu não seja o espírito santo.

(originalmente no cemgrauscelsius.blogspot.com)