do meu casebre, de contas pagas, banhos frios, e moedas catadas nos
forros das bermudas, eu observo os condomínios de carnês e as mansões de
prestações, com suas guaritas e outras mazelas. nelas, passarinhos e
outros animais de duas ou mais patas que lá vivem, vivem escravos às
gaiolas que cada vez mais se tornam alçapões.
no meu
casebre, não existem gaiolas. passarinhos e animais de todo o tipo
entram e ficam à vontade e assim também se sentem para ir embora.
enquanto não, dividimos migalhas de pão. juntamente com a brisa, uns
assobiam, outros latem, outros miam, outros simplesmente espreguiçam,a
canção da liberdade que eu tento não desafinar com meus assobios que
riem do meu bico.
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